terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AH! Ana Tereza...
Aproveitando a janela fechada, o único estado que me faz sentir separada do caos humano ao caos privado, surpreendo-me dançando o tchá-thá-tchá em frente ao espelho que vovó ganhou ano passado no leilão beneficente da igreja Universal. Tal sena cômica, faz-me envergonhada; vergonha da pessoa que mais desconheço no universo... Eu mesma.
Ler sobre mim deve ser um saco, um saco tão cheio quanto escrever sobre mim... Lays Fernandes; o nome mais sem sal do mundo, que até mesmo o Microsoft Word grifa em vermelho sinalizando palavra errada. Eu? Errada? Soa como elogio. Leva-me a regressar e lembrar um sonho de criança, ser tão fora da lei quanto a Ana Tereza do primário, menina que comia cola. Quem dera juntar-me a ela e então finalmente sentir a sutil adrenalina de d-e-s-o-b-e-d-e-c-e-r.
Aaah... Ana Tereza, cujo nome sempre achei impróprio para uma garotinha. Convenhamos, tal nome, tão tradicional, é coisa only for menininhas de 50 anos, e graças a Ana Tereza, menina que comia cola e tinha nome de senhora, tive minha primeira reflexão filosófica aos 5 anos. Ana Tereza tinha nome de titia, mas Ana Tereza seria titia um dia, um dia ela ainda teria uma idade apropriada para o seu nome.
Estupendo menina Lays... repetia isso a cada respiração ofegante, fruto da mais maldita asma que uma criança sedentária poderia ter após cantar o hino nacional imitando todos os animais da arca de Noé (professores da pré-escola costumam forçar alunos a fazer tal macaquice).
Continua... assim que a minha cabeça estiver em férias escolares. ;D

3 comentários:

Unknown disse...

UI! Isso foi tão Clarice Lispector! Só falta colocar uma barata na boca, que nem a personagem dela lá. Cotidiano existencialista.

O seu nome é mesmo Lays Fernandes?! Podia ser nome de mocinha de novela do SBT! :)

Legal. Eu gosto desse jeito rápido e fragmentado que você escreve.

E o meu conto leu nada, né?!

Paciência.

Márcio disse...

Porra, vc escreve mal.... quando mais elogiada vc fica, mais famosa (teoricamente). Quando se coloca na cabeça que vc escreve bem, começa a vir a queda, High Hitler! ou não.

Eric disse...

Nós nos purificamos com a chuva.
Vejo você de tempos em tempos.
Não é tão estranho?
O quão longe todos nós estamos agora?
Sou eu o único que lembra daquele verão?
Ah, eu me lembro de todos os dias, de todas as vezes que o lugar era salvo, me lembro também das músicas que nós fazíamos.
Agora, o vento levou tudo isso embora... Dia distante.
Toda a chuva do paraíso está caindo.
Os berços de ouro sustentam a coroa.
Os sem sorte estão machucados e aceitam o medo e as mentiras como respostas.
Mas você...Você permanece com as suas chamas acesas.
Lays Fernandes - pode até ser q o microsoft word não reconheça. Mas isso pq ele apenas reconhece as coisas, e não as compreende.